Bate Flechas de São Sebastião São Jorge Guerreiro e Mártir São Sebastião

 

Ano de fundação: 1978

Mestra: Terezinha de Jesus de Oliveria Francisco

 

A fundação do Cento Espírita São Jorge Guerreiro e Mártir São Sebastião, localizado na rua Ecoporanga, bairro Zumbi, deu-se em 1978, quando Jovaldino Francisco, marido de Terezinha de Jesus de Oliveira Francisco, doou o terreno para a construção da casa.

Terezinha batizou o espaço com água do mar e começou a trabalhar sozinha. Só fazia as orações, e os mensageiros começavam a chegar e iam doutrinando a casa. Logo depois, chegou a companheira Carli, e com ela cada vez ia chegando mais gente. Atualmente, a casa tem 25 membros, sendo 15 médiuns.

Os trabalhos acontecem uma vez ao mês, sempre nos segundos domingos, e são 3 as principais celebrações: Festa dos Pretos Velhos, no dia 13 de maio; Festa de Cosme e Damião, no dia 27 de setembro; e Festa de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro.

Antes de fundar sua casa de oração, Terezinha frequentava outros centros, mas nunca assumiu maiores responsabilidades. Nesses centros, participava como flecheira dos grupos de bate flechas de São Sebastião. Apenas no ano de 2010 é que criou seu próprio campo flecheiro. Para a mestra, o bate flechas é algo muito sagrado. São Sebastião é um caboclo que trabalha em defesa da matas, por isso as flechas foram tiradas das matas e batizadas nas águas.

O bate flechas é a força que traz a cura a partir do campo do invisível. Por meio dos “chazinhos da vovó”, receitados pelos mensageiros e que são feitos com as ervas da mata, chega a cura para quebranto, mal de Simioto, febre e qualquer outro tipo de doença que o corpo tiver. “Mas tem doença que é para médico e doença que não é para médico. Temos que ter muito cuidado com isso”, ressalta a mestra.

Após os trabalhos de cura, quando as pessoas perguntam quanto cobra pelo serviço, a mestra responde que o valor do trabalho é do tamanho da fé da pessoa. Terezinha não acha correto cobrar por um dom que recebeu de Deus. Se as pessoas desejarem, podem ajudar a mesa. Se vierem pedir trabalho para prejudicar outras pessoas, ela não faz.

A principal festa do bate flechas acontece no dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, quando a casa recebe de 15 a 20 jornadas todos os anos, vindas de diversas regiões. Em função de tantas jornadas, pagam as visitas o ano todo, para que a corrente não se quebre.

“O bate flechas transmite a força dos astros. A natureza está com a gente. Isso acontece porque ele é feito na primeira linha, de água branca, quando só usamos água, vela branca e corrente batida. Por ser corrente batida, é mais oração e louvor”.

 

Texto produzido a partir de entrevista concedida pela mestra a Genildo Coelho Hautequestt Filho, em 2024.

 

Fotos: Arquivo pessoal/Kayo Dalvi/Luan Faitanin Volpato

 

 

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