Associação Cultural Mocambos Capoeira

A Associação Cultural Mocambos Capoeira foi fundada no dia 5 de setembro de 2009, no bairro Gilson Carone, em Cachoeiro de Itapemirim. Além dos alunos do próprio bairro, também atendia outros, provenientes do distrito de Coutinho, do Quilombo Monte Alegre e também dos municípios de Venda Nova do Imigrante e Castelo, totalizando, à época, aproximadamente 300 alunos. Atualmente, o grupo possui sede própria, que funciona de segunda a quinta-feira, com aulas gratuitas para mais de 100 alunos. Hoje a Mocambos é um Ponto de Cultura, reconhecido pela Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural e estabelecido na Lei Cultura Viva (13.018/2014), tendo sido certificado em 09/06/2021.

Além das aulas na sede do grupo, o mestre Diogo Sant’ana Fardin (mestre Bulldog) e a mestra Kely Cristina Belato (mestra Vampyra), que são casados, também ministram aulas nas escolas Padre Gino Zatelli, no bairro Gilson Carone, Deusdeth Baptista, no bairro Alto Coramara, Nossa Senhora das Graças, no bairro Agostinho Simonato, e também no bairro Aeroporto.

Os alunos do grupo, de acordo com suas graduações, aprendem, além da capoeira, o maculelê de bastão (para os iniciantes), samba de roda, puxada de rede e dança afro. Quando eles já estão formados, os que desejarem também podem aprender a trabalhar com lâminas – jogo de facas e navalha no pé –, como faziam os capoeiristas antigos.

Embora o grupo tenha se organizado apenas em 2009, as aulas se iniciaram no bairro no ano de 2005, e funcionam de forma ininterrupta desde então. Apesar de hoje o grupo possuir uma sede própria, ela é mantida com muita dificuldade, em especial pelo investimento financeiro dos próprios mestres e mestra, uma vez que não há nenhum incentivo e as aulas são ofertadas gratuitamente.

A falta de incentivo e de financiamento público faz com que, por questões financeiras e de trabalho, muitos alunos acabem se afastando assim que se casam. Entretanto, quando seus filhos atingem certa idade, começam a encaminhá-los para o grupo, por reconhecerem a importância que os ensinamentos da capoeira tiveram na formação do seu caráter.

No grupo, para ser corda vermelha (ou seja, mestre) é preciso ter 25 anos de prática de capoeira e entre 35 e 40 anos de idade. Segundo Diogo (Bulldog), quando ele se tornou mestre tudo mudou: o recebimento da última corda foi o início de uma nova caminhada em sua vida e na capoeira. Como ele não consegue parar de ensinar, não consegue negar aulas para ninguém, por isso parou de cobrar pelos ensinamentos. “A capoeira é muito mais que uma luta. É uma filosofia de vida, é uma nova consciência de resistência cultural e de cidadania”, afirma o mestre.

 

Texto produzido a partir de entrevista concedida pelos mestres a Genildo Coelho Hautequestt Filho, em 2024.

 

Fotos: Arquivo pessoal/Luan Faitanin Volpato

 

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