Diogo Sant’Ana Fardin – Mestre Bulldog

 

Data de nascimento: 1º de setembro de 1980

 

Diogo Sant’Ana Fardin descende de uma família de capoeiristas: seus tios-avôs João, André e Robson Sant’Ana e sua mãe Maria Cristina Dias Sant’Ana eram todos capoeiristas. Sua Bisavó Isolina Sant´ana era indígena, e era ela quem tocava berimbau nas rodas da família.

Segundo relata mestre Diogo, a primeira turma de capoeira do sul do Espírito Santo foi iniciada pelo mestre Tigre, que veio da Bahia, na década de 1970. Ele chegou a Cachoeiro na estação ferroviária, fez algumas apresentações e logo depois começou a dar aulas no Centro Espírita do Mestre Salatiel, que funcionava no bairro Recanto. A primeira turma era composta por Joãozinho Sant’Ana, Pantera, Zé Geraldo, Barata, Tobogã e Ari Lima. A segunda turma foi formada por Volmir Nascimento, Paulo Henrique Silva Monteiro – o mestre Paulinho – e Airton da Silva Paulo.

Em 1989, aos 9 anos de idade, iniciou na capoeira pelo mestre Joãozinho Sant’Ana, seu tio-avô. Quando ele se mudou para Vargem Alta, migrou para o mestre Falcão (Aldeci Gomes da Silva) por três anos, e depois, para o mestre Jurandir, o Russão. Em 2015, tornou-se mestre pelas mãos do mestre Joãozinho Sant`Ana. Toda a sua formação como capoeirista deu-se em Cachoeiro.

Em 2013, recebeu o Título de Guardião da Bondade, concedido pela Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim. Em 2019, formou-se Bacharel em Educação Física. Em 2021, foi reconhecido como Patrimônio Vivo do município de Cachoeiro de Itapemirim. Em 2023, recebeu, da Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, a Comenda João Tobogã, pelos atos e ações de relevância social. Em 2024, foi titulado Dr. Honoris Causa. Com sua formação de mestre, aprendeu Capoeira Angola, Regional, Maculelê, Samba de Roda e Puxada de Rede. Como cada região tem suas características, foi completar seu aprendizado no grupo Senzala, no Rio de Janeiro, do qual fez parte em meados dos anos 1990.

Quanto ao emprego do apelido, na época da escravidão era um artifício usado pelo escravizado para não ser encontrado, quando fugia ou quando lutava por sua liberdade. Mesmo com o fim da escravidão, a utilização dos apelidos foi mantida como tradição pelos capoeiristas. Quando Diogo iniciou-se na capoeira, ainda com 9 anos de idade, era um menino muito gordinho e branquinho e, quando precisava fazer flexões de braço, a mão girava automaticamente, parecendo com um cão bulldog – daí veio seu apelido: mestre Bulldog.

Para o mestre Diogo, a capoeira é uma missão que vai muito além de dar “pernadas” e saltos. A função do mestre é formar cidadãos e cidadãs de caráter, que irão contribuir para a melhoria de nossa sociedade.

 

Texto produzido a partir de entrevista concedida por Diogo Sant’Ana Fardin a Genildo Coelho Hautequestt Filho, em 2024.

 

Fotos: Luan Faitanin Volpato

 

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