Erotildes Pereira da Silva

 

Data de nascimento: 09/09/1948

 

Erotildes Pereira da Silva nasceu em Itaicí, comunidade rural de Muniz Freire, de onde saiu com 12 anos de idade. Passou depois por Forquilha (comunidade rural do distrito de Burarama, em Cachoeiro de Itapemirim) e Córrego da Areia (município de Castelo), até mudar-se para a comunidade de Planalto, no município de Alegre, com 14 anos de idade. “Lá eu me casei, criei meus filhos e enterrei meus pais”, relata Dona Erotildes. Aos 60 anos, em 2008, mudou-se para o bairro Rubem Braga, em Cachoeiro de Itapemirim, onde vive atualmente.

Como trabalhadora rural, plantava café, milho, feijão, arroz e tudo o que precisava para alimentar sua numerosa família – de fora da propriedade, só comprava o sal. Segundo conta, tudo que plantavam colhiam com abundância.

Filha de Sebastião Neves Pereira, descendente de indígena e negro, e de Ledronita Ribeiro Neves, que era portuguesa, teve sua criação na religião espírita. Seus pais gostavam mesmo é de “rasgar a sanfona” em seus horários de folga, quando reuniam toda a família.

Apesar da criação espírita, Dona Erotildes conheceu o bate flechas ainda nova, por intermédio de Manoel Quirino da Silva. Era flecheira do grupo quando conheceu Adílio Quirino da Silva, filho de Manoel, com quem se casou e teve 9 filhos. Sua família era da religião Círculo Esotérico do Pensamento, e foi, durante muitos anos, zeladora da Casa de Oração São Sebastião de Alto Paulista.

Somente depois de casada, em 1966, é que tomou o compromisso com o grupo de Charola de São Sebastião, do qual seu marido Adílio participava. Foi a primeira mulher a entrar no grupo, atuando como requinteira e tocadora de triângulo. Após a saída de uma integrante, passou a ser também a bandeireira, função que exerce até hoje.

“Charola é uma procissão que só sai de dia, tem um mistério aí…”, explica Dona Erotildes. Para ela, o que resume seu compromisso com a Charola é amor, coragem, dedicação, força de vontade e fé em Deus e São Sebastião.

Dona Erotildes integra diversos projetos que possuem como objetivo principal a preservação e a difusão do patrimônio imaterial local, sendo o de maior destaque a Festa de Entrega da Charola de São Sebastião de Jacu. Seu grupo também participa ativamente de outros projetos de salvaguarda de Cachoeiro, como os Encontros de Folias de Reis de Burarama e a festa Raiar da Liberdade (dos quilombos de Monte Alegre e Vargem Alegre).

 

Texto produzido a partir de entrevista concedida por Erotildes Pereira da Silva a Genildo Coelho Hautequestt Filho, em novembro de 2023.

 

Fotos: Luan Faitanin Volpato

 

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