Paulo Henrique Silva Monteiro – Paulinho
Data de nascimento: 11/02/1964
Um dos primeiros mestres de capoeira a dar aulas em escolas particulares de Cachoeiro de Itapemirim, Paulo Henrique Silva Monteiro, o mestre Paulinho, contribuiu decisivamente para diminuir o preconceito em relação à prática. Ele começou a atuar em escolas da rede privada no início dos anos 2000.
“Numa roda de capoeira todo mundo é igual”, decreta. Mestre Paulinho diz que tem procurado ensinar esse princípio ao longos dos anos, tanto para as crianças de classe média e alta, como para os milhares de alunos de escolas públicas ou projetos sociais para os quais leciona. eletricista de formação, atualmente sobrevive como professor de capoeira.
Há cerca de 30 anos se dedica ao ofício de ensinar o folguedo que pratica há quase 50. É também mestre de maculelê e samba de roda. integra a Associação Cultural e Educacional de Capoeira Filhos da Princesa do Sul – entidade que promove atividades de ensino da capoeira há mais de 45 anos, principalmente no bairro Amaral. É o maior e mais antigo grupo da cidade. Desenvolve trabalhos sociais com crianças e jovens carentes.
Nascido no bairro Amaral, ainda mora lá. Conta que foi seduzido pela capoeira vendo o irmão conhecido como João Tobogã praticar. Iniciou-se na arte por volta dos 10 anos, sob a orientação do mestre Gervásio. “Naquela época, havia muito preconceito e discriminação. A capoeira era associada à malandragem, era vista como coisa de desocupados. Felizmente não é mais assim. “As igrejas até já aceitam como esporte e cultura”, observa.
É mestre desde 1991. Seu principal argumento na disseminação da prática é o de que a capoeira promove a integração social, dilui barreiras de cor, credo e opinião. “O ensinamento se dá pelo exemplo da gente”. Para mestre Paulinho a capoeira dá a direção da conduta em sociedade. Desde 2011 é reconhecido como Patrimônio Vivo de Cachoeiro.
Sobre o desafiante papel de mestre, sustenta que é a comunidade que tem de conhecer e reconhecer. “Um mestre se revela pela conduta, pelo exemplo”. Equilibrado, atribui a serenidade aos ensinamentos e aos anos de prática. “Minha vida sempre foi trabalhar com crianças e adolescentes. É uma vida voltada ao ensino da capoeira”.
Fotos: Luan Faitanin Volpato